Reconstrução Ligamentar. Especialista em Joelhos. Ortopedista em Brasília. Dr. Gustavo Mascarenhas
Ligamento Cruzado Posterior (LCP)

A articulação do joelho é formada pelos ossos da coxa e da perna. O fêmur articula-se com a tíbia e com a patela, sendo que esses ossos interagem harmonicamente durante os movimentos do joelho. No centro do joelho existem dois ligamentos que conectam o fêmur e a tíbia e se cruzam formando um X garantindo a estabilidade desta articulação. O nome ligamento cruzado deriva desse aspecto em X e o ligamento cruzado posterior (LCP) e o ligamento cruzado anterior (LCA) fazem parte dos quatro principais ligamentos do joelho, a saber, o ligamento cruzado posterior, o ligamento cruzado anterior, o ligamento colateral medial e o ligamento colateral lateral.

O ligamento cruzado posterior é responsável  por estabilizar o joelho evitando o deslocamento posterior (para trás) excessivo da tíbia sob o fêmur o que levaria a uma desarmonia das estruturas articulares, comprometendo a função normal do joelho e gerando instabilidade.

Indicação

  • Atletas: estudos demonstram que o tempo de reabilitação e retorno ao esporte pode se prolongar e, ao retornar, o atleta pode ter queixas de instabilidade com consequente comprometimento no rendimento. Um tempo prolongado de afastamento ao esporte pode comprometer ou encerrar sua carreira no esporte.
  • Pessoas ativas sintomáticas: esportistas que sentem falseio ou que perderam a confiança na estabilidade do joelho durante o esporte ou atividades rotineiras do dia a dia.
  • Outras lesões associadas: uma lesão completa do mesnico medial, cujas queixas cursam com dor e travamento do joelho, ao ser tratada, pode aumentar a instabilidade de uma lesão parcial do LCP. Portanto, para este grupo de pacientes, assim como pacientes que sofreram lesões de outros ligamentos, o tratamento cirúrgico estaria indicado.

Contra-indicações

  • Lesões meniscais bloqueando joelho.
  • Lesões concomitantes a outros ligamentos do joelho.

Dúvidas frequentes

A causa mais comum da lesão do LCP é o impacto direto na parte frontal da tíbia, principalmente quando o joelho está dobrado em 90°. Geralmente, esse tipo de trauma frontal acontece praticando um esporte ou num acidente de carro.

Na lesão do ligamento cruzado posterior o paciente geralmente sente dor, inchaço e pode ter instabilidade, como falseio do joelho (joelho “falha”) quando está andando, usando escada, correndo ou saltando. Com a lesão do ligamento cruzado posterior, o joelho é prejudicado uma vez que as atividades normais do dia a dia são, por si só, suficientes para gerar dor. Essa dor é secundária à sobrecarga que ocorre na articulação quando o ligamento cruzado posterior rompido não consegue mais manter a perna na sua posição normal, já que a mesma estará posteriorizada (localizada mais para trás) aumentando a pressão na cartilagem. Dessa maneira, a dor é o sintoma mais frequente do paciente que apresenta lesão do LCP e tende a se agravar caso esse ligamento não seja tratado.

No consultório, o diagnóstico da lesão do LCP é clínico, feito pela história e exame físico, sendo complementado pela ressonância magnética e radiografia com estresse. A ressonância magnética é importante para avaliar a lesão do LCP nos casos recentes. Já nos casos mais antigos, o LCP rompido pode aparecer normal nesse exame, ainda assim, a ressonância magnética pode fornecer informações de lesões associadas como meniscos e cartilagem. A radiografia com estresse comparando o joelho lesado ao joelho normal é um exame que diagnostica tanto as lesões recentes como as lesões antigas, porém não está disponível em todos os  locais. Devido a peculiaridade desses exames, o exame físico realizado pelo cirurgião de joelho no consultório é o exame mais importante para diagnosticar e avaliar a lesão do LCP sendo capaz de classificar a mesma em graus que permitem diferenciar uma lesão parcial de uma lesão completa e também diferenciar uma lesão somente do LCP de uma lesão do LCP combinada à lesão de outros ligamentos.

Nem sempre é preciso operar toda lesão do ligamento cruzado posterior. Lesões parciais ou incompletas desse ligamento, quando não associadas a lesão de outros ligamentos, podem ser tratadas sem cirurgia. É imprescindível a avaliação do ortopedista especialista em joelho para identificar os pacientes com lesão do LCP que podem ser tratados sem cirurgia. Para esses pacientes, o médico orientará o tratamento não cirúrgico com joelheiras especiais e fortalecimentos específicos. Com a evolução do entendimento do problema e experiência do ortopedista, o tratamento não cirúrgico do LCP vem apresentando melhores resultados.​

Quando necessária, a cirurgia é realizada por meio de técnicas minimamente invasivas com pequenas incisões e artroscopia (técnica que utiliza diminuta câmera de vídeo introduzida por um pequeno furo com incisão de 0.5cm -meio centímetro- para observar toda a parte interna do joelho evitando a necessidade de uma grande incisão para “abri-lo” e visualizar o procedimento). A esse processo são agregados procedimentos e condutas modernos e inovadores que contribuem para a melhor e mais rápida recuperação do paciente, diminuindo a dor e desconforto após a cirurgia, otimizando os resultados.

Em média uma cirurgia para reconstrução do LCP dura em torno de 1.5 hora e o paciente recebe alta hospitalar no dia seguinte.